Fui cortar o cabelo.
Enquanto esperava, o cidadão que estava sendo atendido não parava de falar e pulava de um assunto para outro, sem nenhuma participação minha e, confesso, com até algum incômodo da minha parte.
Quando ele saiu me cumprimentou e eu respondi.
Outra pessoa foi atendida e chegou minha vez e como estávamos sozinhos eu comentei com o barbeiro que aquilo dele falar sem parar tinha chamado minha atenção e foi quando ele me contou que o sujeito era calado e discreto, mas que tinham acontecido duas coisas com ele recentemente que trouxeram essa mudança.
A primeira foi que a esposa morreu repentinamente de um aneurisma e a segunda foi que ele mora em frente a uma praça e atiraram numa pessoa do outro lado dessa praça e essa pessoa correu e invadiu a casa dele e veio a morrer ali todo ensanguentado no sofá dele.
Em seguida ele teve a casa invadida agora por populares com a finalidade de tirar fotografias da cena e do morto. E que foi depois desses dois acontecimentos que ele mudou o comportamento e ficou agitado falando muito o tempo todo, às vezes até sozinho.
Fui muito rápido para julgar e ouvir essa estória me conscientizou dessa minha pressa em falar de uma pessoa de quem eu não conhecia nem a estória, nem os motivos.
Continuo aprendendo.
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