Total de visualizações de página

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

SABER QUANDO NÃO PRECISO IR

Era um show de música que aparentava ser muito bom para ir. Pelas informações do dia seguinte foi mesmo. Um show tranquilo da forma como estou me sentindo, mas eu estava cansado e não muito animado para ir. Fiquei em casa esperando a hora do inicio para ver se eu me animava, mas eu estava cansado, não estava no espírito.

Deu a hora e eu fiquei mais um pouco ainda querendo me animar. Eu Não havia comprado ingresso antecipado.


Resolvi não ir e mesmo sabendo que o que eu perdi foi muito bom, ficar em casa sozinho foi bom também.

O MUNDO ESTÁ GAY!


Já faz um tempo que isso aconteceu.
Acho que eu preciso desse tempo para falar do assunto.

Eu estava saindo de um show porque eu achei que já tinha sido suficiente para mim quando ela me chamou. Eu a conhecia e gostava de vê-la mas era só isso. E ela me disse que a gente precisava se encontrar, fazer alguma coisa e eu, que tenho olhos verdes, mas tenho um fraco por morenas de olhos verdes, carente de afeto comecei a sonhar com ela. Trocas de mensagens, um café e vinha sempre a música "Gatas Extraordinárias" na minha cabeça:


" O amor me pegou

E eu não descanso enquanto não pegar
Aquela criatura
Saiu na noite à procura
O batidão do meu coração na pista escura
Se pego, ui...
Me entrego e fui
Será que ela quererá
Será que ela quer
Será que meu sonho influi
Será que meu plano é bom
Será que é no tom
Será que ele se conclui
E as gatas extraordinárias que
Andam nos meios onde ela flui
Será que ela evolui
Será que ela evolui
E se ela evoluir, será que isso me inclui
Tenho que pegar, tenho que pegar
Tenho que pegar essa criatura"

Depois de um tempo descobri que ela tinha uma namorada e que aparentemente eu não ia namorar, porque eu não queria só pegar, aquela criatura e dividi a descoberta com minha filha com quem converso sobre tudo dizendo que eu achava que onde estou morando eu estava vendo mais meninas gays do que eu via em São Paulo e minha filha, na sabedoria dela me disse:

- Não é não pai, o mundo tá gay!

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O QUE EU QUERIA DIZER SOBRE MINHA MÃE


Meu pai morreu aos 52 anos. 
Minha mãe tinha na época 46 anos e estava cursando faculdade de História. Para ela ficaram cinco filhos com idades de 24, 22, 20, 18 e 17 anos, nenhum seguro de vida e um apartamento de quatro quartos com uma sala enorme que era um  outro apartamento.
Meu pai era um sonhador.  Minha mãe uma realista. Depois da morte de meu pai ela viveu mais 38 anos e morreu em 2014 com 84 anos. 
Do começo dessa outra vida até 2014 ela terminou a faculdade, se tornou professora  da UFRJ, fez por sua conta uma obra que dividiu o apartamento em dois, um de três e outro de dois quartos, comprou quatro outros apartamentos pequenos e vendeu um deles,  manteve morando com ela a filha Lilia e depois desde o nascimento a neta Bárbara, viajou muito  e quando morreu ainda deixou uma aplicação onde cada um dos filhos e a Tônia, viúva do Fábio, receberam  cada um uma parte.
Nós, os filhos, achávamos que ela era econômica demais. Deveríamos ter aprendido mais com ela. Uma prima que morou com mamãe por um tempo me disse que nunca faltou nada.
Mamãe tinha a admiração  de nossas primas de ambos os lados da família e de muitas outras pessoas com quem falei e que me contaram coisas que eu não sabia, entre outras, que  quando ela voltava para a cidade dela vinda do colégio era sempre um acontecimento porque ela sempre fazia algo acontecer, como teatro, por exemplo.
Ana Vitória, nossa prima, a quem chamo de sexta filha porque saía muito com mamãe e quando eu lhe agradecia por isso ela me dizia que fazia isso não como sendo um favor mas porque achava mamãe sempre muito antenada com os acontecimentos e por isso uma pessoa muito interessante.
A iniciativa e o interesse de ir morar num grande centro como o Rio de Janeiro foi dela.  Meu pai com quem ela já era casada sempre se definiu como um sertanejo. Tio Manoel irmão mais velho dele foi um sucesso como homem de negócios e depois de meu avô paterno assumiu o papel de patriarca.

Mamãe, como cada um de nós, não era perfeita mas foi uma lutadora e uma vencedora e merece todo respeito.